Isael de Freitas Correia
22 de outubro de 2022
Isael de Freitas Correia foi o patriarca da família Cajueiro Correia e foi um império vivo de maior valor da história regional e um dos desbravadores e fundadores do povoado e da cidade de Teixeira de Freitas. Ele é o patrono da cadeira nº 02 a qual é ocupada desde 04 de junho de 2016, pelo acadêmico Athylla Borborema Cardoso. Isael nasceu em 05 de fevereiro de 1916 e morreu em 05 de agosto de 2011, aos 95 anos de idade, nas mesmas terras que protegeu a vida inteira e ajudou fundar a maior cidade do extremo sul da Bahia.
Isael de Freitas Correia é natural da fazenda dos seus pais, denominada de “Ibiribeira” às margens do Rio Itanhém, proximidades da fazenda Cascata, em Teixeira de Freitas. Em 1922, o seu pai comprou a Fazenda Nova América (atual bairro Nova América). Aos 8 anos de idade, nos idos de 1924, o seu pai José Félix de Freitas Correia, falecido em 1970 aos 84 anos, lhe mandou para morar em Alcobaça, para estudar matemática com o professor Álvaro, onde permaneceu por 4 anos e retornado à Fazenda Ibiribeira, já com 12 anos, formado nas quatro operações matemáticas.
Isael Freitas ainda muito jovem contava até pouco tempo que o acesso via terrestre chegou à região em 1950, quando o então prefeito de Alcobaça, Antonio Ramos e o seu avô Manoel Freitas, fizeram uma estrada ligando Alcobaça à Fazenda Cascata. Época que o jovem Isael Freitas ajudou a construir uma estrada na base da enxada e enxadão ligando a Fazenda Cascata ao Porto de Navios em Caravelas, que serviu por vários anos para o escoamento da produção de cacau e madeira. Época também que serviu o Instituto do Cacau na Bahia que construiu todo aquele acervo existente até hoje na fazenda Cascata em Teixeira de Freitas.
O desbravador Isael Freitas teve a juventude marcada pelo remo da canoa. Porque a grande cidade da região era Alcobaça. Então ele e dois irmãos carregavam a canoa de arroz, farinha, café e mandioca, e desciam o Rio Itanhém para vender em Alcobaça numa viagem que durava 2 dias de rio abaixo. E retornavam carregados de sal, açúcar, óleo e roupa, numa viagem de rio acima que durava até 5 dias. E dormiam às margens do rio sob a armadura de um telheiro. Naquela época a cerveja já existia e para gelá-la era preciso manter a bebida dentro do sal para que fosse bebida posteriormente.
No local onde está hoje a Praça dos Leões, foi onde toda a história da cidade começou, porque se foi povoando aos poucos, se chamando Comércio dos Pretos, Mandiocal, Perna Aberta, Tira Banha e Arrepiado. Em 1965, Isael Freitas viajava no dorso de um animal até Juerana, onde embarcava na Maria Fumaça Pochixá do Trem de Linha, sobre a Estrada de Ferro Bahia Minas e seguia até Teófilo-Otoni, para comprar mercadorias como roupa, agulhas, botões e linha para revender aos poucos moradores do Mandiocal.
Isael Freitas, nesta época era bem mais jovem do que aqueles antigos moradores, tanto que casou-se em 1952, aos 36 anos, com a jovem Maria de Lurdes, de 22 anos, no distrito de Helvécia. Na época, somente lá havia padre e cartório na região. Nesta ocasião Isael Freitas era comprador de porcos e gastava 1 dia para tocar os animais até a Fazenda Nova América e, um certo dia, negociando com um cidadão em Juerana, conheceu a sua filha a quem lhe pediu a sua mão em casamento, vindo a consolidar a união que só a morte os separou.
Isael de Freitas Correia ficou viúvo de Dona Maria de Lurdes Cajueiro Correia, falecida aos 76 anos em 18 de dezembro de 2005. E ele viveu mais 6 anos em sua chácara no bairro São José onde residiu desde 1975, em Teixeira de Freitas, cercado pelo amor dos seus filhos, netos e bisnetos. Desta feliz união que durou 53 anos, nasceram 14 filhos, ainda hoje estão 8 vivos: Domingos Cajueiro, Maria das Dores, Gutenberg, Fátima, Benê, Jorge, Adriene e Francisco, que lhe deram 19 netos e 2 bisnetos.
Na fundação da ATL – Academia Teixeirense de Letras, em 14 de março de 2016, reconhecimento público de Isael de Freitas Correia passou a ser imortalizado eternamente como patrono da Cadeira nº 02 da ATL que tem como seu fundador e primeiro ocupante, o acadêmico Athylla Borborema Cardoso – que na sessão solene de instalação da instituição literária em 4 de junho de 2016, o certificado de patrono de Isael de Freitas Correia foi outorgado a sua família presente e representada pelo seu filho Domingos Cajueiro Correia.